quarta-feira, 8 de junho de 2016

afeto pelo nada

Não sou solitário, mas também não sou útil, nunca me usaram...será  que isso é bom? Ou ruim? Não lembro quando cheguei nesse lugar, vim de um lugar com muitos iguais a mim, eles eram bem vermelhos, tem um lugar aberto, tipo uma mangueira, mas isso foi o que eu vi, para que que serve eu já não sei... quando cheguei aqui me colocaram suspenso, sempre tive medo de altura , mas o que eu poderia fazer não é mesmo? Já tenho 2 anos! Mas nunca deram bola para mim, toca um imenso barulho que agora já me acostumei, mas que é realmente horrível, e chegam coisinhas correndo, e andando na minha frente sem nem olhar para mim, apelidei elas de demôninhos, gritam muito, isso me irrita um pouco...passam minutos mais minutos, horas e mais horas, dias e mais dias... e sempre a mesma coisa, olho para uma pilastra branca e cinza sem graça, olhos as pessoas passando perto de mim e as vezes esbarrando, tirando até foto comigo, mas mesmo com tudo isso, me sinto tão sozinho, inútil, para que estou aqui? Para o que eu sirvo?

O que é o amor? “Amor vem do latim amore, uma emoção ou sentimento que leva a uma pessoa a desejar o bem da outra...” por que isso não acontece comigo? Eu sinto alguma coisa, tenho sentimentos? Sou feliz! mas preciso que me ajudem a transbordar. Talvez cada um tenha seu amor, e acho que sempre vou amar o nada...

sonhando acordada...

06:45, o despertador esta tocando a 15 minutos, estava em um sono profundo, uma angustia de não conseguir sair dele, um sonho estranho, levar um tiro. Sim um tiro, que perfurou meu peito, mas não o bastante para me matar, eu tentava acordar, mas eu não conseguia, tentaram cuidar de mim, comecei a andar, com o peito aberto, com um furo bem ao centro, onde tentaram atingir meu coração. O motivo? Eu não sei. Gosto de lembrar meus sonhos, os legais é claro. Ou quando acordo, e não paro de pensar naquilo que eu sonhava loucamente, para entrar em "transe" novamente.

Minha barriga dói, não comia desde as 19. tiro meu pijama rápido, para que o calor de meu corpo permaneça, o cabelo na cara, a barriga doendo, e o frio tomando conta,6Cº. Minha mãe chega em casa fazendo barulho pelos corredores,dor de cabeça. O elevador,Quadrado, a cor dele me incomoda, a luz piora minha dor... 
Recosto o banco de couro, viro para o lado, e pondero, sobre tudo... quando chego no lugar indesejado, paredes brancas, poltronas de couro marrom. Homens e mulheres com traje branco, marchando, pra lá e pra cá. Chamam meu nome. Uma moça, ruiva, olhos castanhos, leve concentração de sardas no nariz. Achava ela bonita; diferente. Entro em uma pequena sala, onde tem uma maca, um balcão e uma unica cadeira, naquele momento, exclusivamente para mim. Sento nela, quando a moça diferente  pega uma fina agulha, meu estomago ja doendo, fica a milhão.Resolvo virar a cara, estico devagar meu braco esquerdo, para tomar coragem. Fecho os olhos, Acabo sonhando...

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Confesso

Cuidado menina! Morena,com duas trancinhass, short jeans, camisa xadrez e meia três quartos... aqui no metro sozinha... quantos anos tem? Cuidado o mundo é louco...
Olhos castanhos claros, com cílios bem esticados, estão contraídos olhando o espaço ao redor, os olhos não param,tão inquietos... direita, esquerda,direita,esquerda! Apenas os olhos mostram seus sentimentos, tão preocupada e rígida, desde que entrou esta apoiada do lado da porta, com sua mochila azul na frente,  segurando um  pequeno livro de cronicas. Ela mostra tranquilidade, olha para o livro mas não se concentra, olha para o livro e volta a olhar a fora...os olhos entregam seu medo, sua aflição... cuidado menina medrosa, por que tivera esse medo?  
A encaram! Seus olhos correm pelo papel do pequeno livro, quando olha o mundo a fora se sente observada, as pessoas ao redor disfarçam o olhar... finalmente sua estação, quando toca aquele som e a moca que fala "metronês" avisa que a próxima estação é Paulista, um suspiro disfarça um sorriso aliviante da baixa menina... coitada pobre menina, vivera nesse mundo, fique esperta pequena menina, o mundo é louco...

quarta-feira, 4 de maio de 2016

MADRUGADA REVELA


No centro da cidade, onde os que não sabem nem o que é centro moram, debaixo das marquises, das lojas da rua  São Bento, a madrugada se revela com as poucas estrelas que a grande cidade consegue ver, os moradores da rua enrolados em cobertores, observam o pouco que a de bonito em suas vidas... a madrugada, a linda madruga, aquele lugar tão escuro, sombrio, melancólico porém tão lindo, onde a noite se revela, onde os poucos tem a sorte de ver... as regras somem, na madrugada só tem uma regra, o amor , onde as pessoas se amam, debaixo de frágeis ipês dos famosos bairros da grande cidade. Ah grande cidade de prédios altos, com janelas pequenas e acesas, com pessoas bem menores, que tem coisinhas  ainda menores. Mas nessa multidão de coisas pequenas cada um tem uma infinita madruga dentro de si...
Os faróis não tem mais sintonia, se divertem no verde,vermelho e amarelo, onde os pichadores se libertam para fazer a arte para uns e o pesadelo para outros... a madrugada revela...não tenha medo dela, é apenas tímida, quando você a conhece, nunca mais quer parar de olhar as estrelas dessa escuridão... a grandiosa São Paulo, vira apenas uma tampinha de garrafa jogada na rua. Os sinos das igrejas pichadas do centrão batem  "meia noite...madrugada começa... quando os ponteiros se amam



sexta-feira, 15 de abril de 2016

ter ou não ter, eu também não sei


 Sabe,ter ou nã ter melhor amiga, um tema chato, porque, aquela menina sempre la com você, enchendo, mas te amando.
minhocão, 10:30, sol ao máximo, voces andam largadas, com fones de ouvido, all star. so vocês no mundo, mas, ets não é a realidade. olhares fixos, para ver se encaram, sem fones, guardados muito bem. o medo, maior que a amizade, talvez. o medo do mundo. 
"companheira me ajude, eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor"
juntas, gritando, lutando. não só pela amizade, por todas as mulheres, que são suas melhores amigas. aquelas que estão lutando para sobreviver ao que ainda vivemos.O que este texto tem haver com "ter ou não ter melhor amiga", acho que não é o tipo de texto listado, que no caso, eu ja fiz, e odiei. 
cresci, nasci mulher, vou morrer mulher.Elas são minhas melhores amigas. 

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Palhaços da minha vida



          No Air Cross da minha mãe o reloginho atrás da direção dava 18:30 em Itu. Quando passávamos no córrego Bartolomeu em sentido ao mercado. Eu de longe avisto um homem, vestido de palhaço, ele era baixo, mediano, tinha 1,66M mais ou menos, vestia  um macacão de bolinhas verdes, um tênis bem velho, estava até rasgado.  Uma peruca de bolinhas coloridas, verde, rosa, azul, vermelha e laranja, o famoso nariz de palhaço, um vermelho forte e reluzente como o do farol que havia ficado vermelho.
         Quando olhei ele com mais detalhe uma lagrima escorreu do meus rosto, veio na minha cabeça quando tinha 6 anos, e ia todo final de semana olhar um palhaço no farol da esquina da minha casa, minha mãe dizia que ele havia se mudado, mas quando cresci um pouco mais, ela me disse que o palhaço havia sido atropelado, mesmo não vendo mas os curtos shows de 3 minutos e meio, fiquei com uma tristeza sem fim quando soube do ocorrido. Quando “volto” da minha viagem de pensamentos percebo que não saímos do lugar, meu olho ainda com lagrimas que eu não sabia ao certo se eram de tristezas ou emoção... queria voltar a ver os shows todo dia como já tive de costume, me faziam tão alegre, e hoje em dia quem não precisa de um show de gracinhas e malabares para alegrar um dia talvez não tão bom...
        Aquele transito estava de morrer, o palhaço esta lá fazendo o show sem descanso. Como as ardentes buzinas não atrapalhavam? Quando finalmente os carros começaram a andar ele passava no meio pedindo por moedas pelo trabalho que ele havia feito. Mesmo não ganhando muito ele estava com sorriso no rosto quando davam notas de 2 reais, ele poderia fazer por hobbies, mas ele tinha uma expressão tão marcante para mim, indescritível, mil pensamentos passavam na minha cabeça naquele momento.
        Ficamos naquele córrego por uns 15 minutos, um transito realmente chato para a maioria das pessoas, mas para mim, 15 minutos de pensamentos profundos e gostosos de viajar na cabeça, levantando cada memoria, procurando coisas lá no fundo da cabeça e do coração.