quinta-feira, 5 de maio de 2016

Confesso

Cuidado menina! Morena,com duas trancinhass, short jeans, camisa xadrez e meia três quartos... aqui no metro sozinha... quantos anos tem? Cuidado o mundo é louco...
Olhos castanhos claros, com cílios bem esticados, estão contraídos olhando o espaço ao redor, os olhos não param,tão inquietos... direita, esquerda,direita,esquerda! Apenas os olhos mostram seus sentimentos, tão preocupada e rígida, desde que entrou esta apoiada do lado da porta, com sua mochila azul na frente,  segurando um  pequeno livro de cronicas. Ela mostra tranquilidade, olha para o livro mas não se concentra, olha para o livro e volta a olhar a fora...os olhos entregam seu medo, sua aflição... cuidado menina medrosa, por que tivera esse medo?  
A encaram! Seus olhos correm pelo papel do pequeno livro, quando olha o mundo a fora se sente observada, as pessoas ao redor disfarçam o olhar... finalmente sua estação, quando toca aquele som e a moca que fala "metronês" avisa que a próxima estação é Paulista, um suspiro disfarça um sorriso aliviante da baixa menina... coitada pobre menina, vivera nesse mundo, fique esperta pequena menina, o mundo é louco...

quarta-feira, 4 de maio de 2016

MADRUGADA REVELA


No centro da cidade, onde os que não sabem nem o que é centro moram, debaixo das marquises, das lojas da rua  São Bento, a madrugada se revela com as poucas estrelas que a grande cidade consegue ver, os moradores da rua enrolados em cobertores, observam o pouco que a de bonito em suas vidas... a madrugada, a linda madruga, aquele lugar tão escuro, sombrio, melancólico porém tão lindo, onde a noite se revela, onde os poucos tem a sorte de ver... as regras somem, na madrugada só tem uma regra, o amor , onde as pessoas se amam, debaixo de frágeis ipês dos famosos bairros da grande cidade. Ah grande cidade de prédios altos, com janelas pequenas e acesas, com pessoas bem menores, que tem coisinhas  ainda menores. Mas nessa multidão de coisas pequenas cada um tem uma infinita madruga dentro de si...
Os faróis não tem mais sintonia, se divertem no verde,vermelho e amarelo, onde os pichadores se libertam para fazer a arte para uns e o pesadelo para outros... a madrugada revela...não tenha medo dela, é apenas tímida, quando você a conhece, nunca mais quer parar de olhar as estrelas dessa escuridão... a grandiosa São Paulo, vira apenas uma tampinha de garrafa jogada na rua. Os sinos das igrejas pichadas do centrão batem  "meia noite...madrugada começa... quando os ponteiros se amam