quarta-feira, 4 de maio de 2016

MADRUGADA REVELA


No centro da cidade, onde os que não sabem nem o que é centro moram, debaixo das marquises, das lojas da rua  São Bento, a madrugada se revela com as poucas estrelas que a grande cidade consegue ver, os moradores da rua enrolados em cobertores, observam o pouco que a de bonito em suas vidas... a madrugada, a linda madruga, aquele lugar tão escuro, sombrio, melancólico porém tão lindo, onde a noite se revela, onde os poucos tem a sorte de ver... as regras somem, na madrugada só tem uma regra, o amor , onde as pessoas se amam, debaixo de frágeis ipês dos famosos bairros da grande cidade. Ah grande cidade de prédios altos, com janelas pequenas e acesas, com pessoas bem menores, que tem coisinhas  ainda menores. Mas nessa multidão de coisas pequenas cada um tem uma infinita madruga dentro de si...
Os faróis não tem mais sintonia, se divertem no verde,vermelho e amarelo, onde os pichadores se libertam para fazer a arte para uns e o pesadelo para outros... a madrugada revela...não tenha medo dela, é apenas tímida, quando você a conhece, nunca mais quer parar de olhar as estrelas dessa escuridão... a grandiosa São Paulo, vira apenas uma tampinha de garrafa jogada na rua. Os sinos das igrejas pichadas do centrão batem  "meia noite...madrugada começa... quando os ponteiros se amam



Um comentário:

  1. Crônica muito bonita, e lírica, tenho um fraco por textos líricos, mas ainda assim, muito bom. Conseguiu dar boas imagens, e é um texto que "aconchega, e dá vontade de ler mais, e se embalar nas palavras. Só acho que poderia ter mais pontos, mesmo com as vírgulas, o texto acaba sendo lido sem respirar.

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