No centro da cidade, onde os que não sabem nem o que é
centro moram, debaixo das marquises, das lojas da rua São Bento, a madrugada se revela com as
poucas estrelas que a grande cidade consegue ver, os moradores da rua enrolados
em cobertores, observam o pouco que a de bonito em suas vidas... a madrugada, a
linda madruga, aquele lugar tão escuro, sombrio, melancólico porém tão lindo,
onde a noite se revela, onde os poucos tem a sorte de ver... as regras somem,
na madrugada só tem uma regra, o amor , onde as pessoas se amam, debaixo de
frágeis ipês dos famosos bairros da grande cidade. Ah grande cidade de prédios
altos, com janelas pequenas e acesas, com pessoas bem menores, que tem
coisinhas ainda menores. Mas nessa multidão de coisas pequenas cada um tem uma
infinita madruga dentro de si...
Os faróis não tem mais sintonia, se divertem no
verde,vermelho e amarelo, onde os pichadores se libertam para fazer a arte para
uns e o pesadelo para outros... a madrugada revela...não tenha medo dela, é
apenas tímida, quando você a conhece, nunca mais quer parar de olhar as
estrelas dessa escuridão... a grandiosa São Paulo, vira apenas uma tampinha de
garrafa jogada na rua. Os sinos das igrejas pichadas do centrão batem "meia noite...madrugada começa... quando
os ponteiros se amam
Crônica muito bonita, e lírica, tenho um fraco por textos líricos, mas ainda assim, muito bom. Conseguiu dar boas imagens, e é um texto que "aconchega, e dá vontade de ler mais, e se embalar nas palavras. Só acho que poderia ter mais pontos, mesmo com as vírgulas, o texto acaba sendo lido sem respirar.
ResponderExcluir